sexta-feira, 18 de março de 2011

Poemas feitos por alunos do grupo

Sem ti não viverei

Lembro de você amor
toda vez que passo aqui.
Basta olhar pro mar para ver seus olhos
e admirar o céu vendo seus lábios,
já começo a sorrir.

Ouço a música tocar
já começo a imaginar
o seu corpo junto ao meu
a sua alma junta a minha.

Seus segredos desvendei,
seus desejos realizei.
Como te esquecer, amor?
Sem ti não viverei.

Com você tudo é diferente.
Eu te quero para sempre, oh meu bem.
A minha vida agora é sua,
os meus sonhos agora são seus.

Se eu te amo e tu me amas
o jeito agora é nos unirmos,
pois você sem mim é nada
e juntos formamos o paraíso.

Eterno apaixonado

Que seus lábios me cubram de beijos
Que seus gestos me deixem apaixonado
Que o seu prazer seja me fazer feliz
E que a sua vida pertença a mim.

Como você é bela, minha querida!
Eu me sinto feliz em seus braços.
Se eu tivesse apenas uma escolha
seria seu eterno apaixonado.

Poesias retiradas do Livro " Antologia de Poesia Brasileira Romantismo

Castro Alves
Adormecida

Uma noite eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos -- Beijá-la

Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia
Quando ela serenava... a flor beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as flohas verdes,
Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava, ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio,
P'ra não zanga-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio

Eu, fitando esta cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
"Ó flor - tu és a virgem das campinas!
"Virgem! tu és a flor da minha vida!..."

Castro Alves
O Navio Negreiro

Parte I
'Stamos em pleno mar.. doudo no espaço
Brinca o luar -- dourada borboleta;
E as vagas após eles correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca ascende as ardentias,
-- Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azúis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos deus é o céu? Qual o oceano ?...
'Stamos em pleno mar... Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? Onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas nao deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo -- O mar em cima -- O firmamento
E no mar e no céu -- a imensidade!
Oh! que doce armonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! Ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Criances que a procela acalentara
No berço desses pélagos profundos!
Esperai! esperai! deixa ai que eu beba
Esta sevagem, livre poesia
Orquesta -- éo mar que ruge pela proa
E o vento, que nas cordas assobia
Porque foges assim, barco ligeiro ?
Porque foges do pávido poeta ?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha ao mar -- doudo cometa !
Albatróz! albatróz! alma do oceano,
Tu que dorme das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatróz! albatróz! dá-me estas asas.

Castro Alves


Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847 na comarca de Cachoeira, na Bahia e faleceu no dia 6 de julho de 1871, em Salvador, no mesmo estado brasileiro. Fez o curso primário no Ginásio Baiano. Em 1862 ingressou na Faculdade de Direito de Recife. Datam esse tempo os seus amores com a atriz portuguesa Eugênia Câmara e a composição dos primeiros poemas abolucionistas : Os Escravos e a Cachoeira de Paulo Afonso, declamando-os em comícios cívicos.

Em 1867 deixa Recife, indo para a Bahia, onde faz representar seu drama : Gonzaga. Segue depois para o Rio de Janeiro, recebendo incentivos promissores de José de Alencar, Francisco Otaviano e Machado de Assis. Depois vai para São Paulo onde encontra nas Arcadas a mais brilhante das gerações, na qual se encontravam : Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Rodrigues Alves, Afonso Pena, Bias Fortes e tantos outros. Vive, então, os seus dias de maior glória.

Em 11 de Novembro de 1868, em caçada nos arredores de São Paulo, feriu o calcanhar esquerdo com um tiro de espingarda, resultando-lhe a amputação do pé. Sobreveio, em seguida, a tuberculose, sendo obrigado a voltar à Bahia, onde veio a falecer.

Castro Alves pertenceu a Terceiro Geração da Poesia Romântica (Social ou Condoreira), caracterizada pelos ideais abolucionistas e republicanos, sendo considerado a maior expressão da época. Sobre o grande poeta Ronald de Carvalho diz : "- mais perto andou da alma nacional e o que mais tem influído em nossa poesia, ainda que, por todos os modos, tentem disfarçar essa influência, na verdade sensível e profunda".

Suas Obras: Espumas Flutuantes, Gonzaga ou A revolução de Minas, Cachoeira de Paulo Afonso, Vozes D'África, O Navio Negreiro, etc.

domingo, 13 de março de 2011

Período Romântico




Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.


Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o romantismo torna mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada do indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejo de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.


O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, a tendência idealista ou poética de alguem que carece de sentido objetivo.


O romantismo no Brasil


Os romances no brasil foram classificados em: indianistas, urbanos ou históricos e regionalistas.


No romance indianista, o índio era o foco, pois era considerado uma expressão da nacionalidade, e era altamente idealizado. Como um símbolo de pureza e inocência, representava o homem não corrompido pela sociedade, ou não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos. Junto com tudo isso, o indianismo expressava os costumes e a linguagem indígenas, cujo retrato fez de certo romances excelentes documentos históricos.


Os romances urbanos mostram a vida na capital e relatam as particularidades da vida cotidiana da burguesia, cujo os membros se identificavam com os personagens. Os romances faziam sempre uma crítica à sociedade através de situações corriqueiras, como o casamento por interesse ou a ascenção social a qualquer preço.


Por fim, o romance regionalista propunha uma construção de texto que valorizasse as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que afastavam o povo brasileiro da Europa. Os romances nacionalistas criavam um grande panorama no Brasil, representando a forma de vida e individualidade da população de cada parte do país. A preferência era por regiões afastadas dos centros urbanos, pois estes estavam sempre em contato com a Europa, além de o espaço físico afetar as condições de vida.


Principais poetas românticos Brasileiros:


Gonçalves Dias

Álvares de Azevedo

Castro Alves

Joaquim Manoel de Macedo

José de Alencar

Manoel Antônio de Almeida

Bernardo Guimarães

Franklin Távora

Visconde de Taunay

Machado de Assis

Casimiro de Abreu

Junqueira Freire

Fagundes Varela


Músicas relacionadas ao Período Romântico :



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